O Pinhal do Rei ardeu. E agora? Esta é a pergunta que se tem imposto nos últimos dias, depois de as chamas terem consumido, entre domingo e segunda-feira, mais de 17 mil hectares de pinhal nos concelhos de Alcobaça, Marinha Grande, Leiria e Pombal. Contudo, para Mário Oliveira, presidente da Oikos - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região Leiria, o incêndio que devastou o pinhal costeiro não deve ser encarado meramente como hectares ardidos.
Segundo o professor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), o Pinhal de Leiria deve ser olhado como um “ecossistema complexo” que se adaptou “ao longo de centenas de anos” e é composto por dezenas de espécies de fauna e flora, de “vida”, que depois das chamas terá muita dificuldade em recuperar a organização que a caracterizava.
“O pinhal deve ser visto como uma família. A mata era um local de produtividade e os pinheiros eram os filhos nas várias fases da sua vida”, explica Mário Oliveira, recorrendo à analogia.