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Reportagem: Comunidade imigrante ganha raízes em Leiria com crise na Venezuela


Helena Amaro / foto: Luís Filipe Coito Quarta, 19 de Setembro de 2018

Geraldine Graterol é advogada e trabalha num espaço de restauração no LeiriaShopping. Joscar Nieves é professor de Educação Física e trabalha numa empresa de reciclagem. O casal de 30 anos vive em Leiria há um ano, imigrado da Venezuela. Casaram em Maio do ano passado. Cerca de quatro meses depois, com o escalar da crise, decidiram abandonar o país. Fugiram de um território à beira do abismo, onde a população passa fome, a criminalidade disparou, à escassez de medicamentos e os altos preços dos produtos contrastam com os salários locais.
Geraldine Graterol e Joscar Nieves fazem parte dos milhares de venezuelanos que se viram obrigados a abandonar a terra que os viu nascer para sobreviver. No caso de Geraldine Graterol, foi quase uma situação de vida ou de morte.
Insulino-dependente, esta jovem venezuelana carrega o peso da diabetes e, por isso, é com mágoa que explica ao Diário de Leiria que as questões de saúde foram o principal motivo por que deixou Caracas e a sua família, mãe, pai e dois irmãos, para trás.
“Quando deixámos a Venezuela, a situação ainda não estava crítica em Caracas. Mas, quando viemos embora, foi incrível como o processo de degradação aumentou. Toda a situação que se vivia noutras cidades chegou a Caracas”, conta Geraldine, lamentando o cenário que a população enfrenta actualmente, com “falta de segurança, medicamentos e comida”. “É complicado”, sublinha.

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