A freguesia da Marinha Grande é uma das maiores do distrito de Leiria, cujo tamanho também se reflete na quantidade de associações que transmitem a cultura e tradições marinhenses.
Segundo a presidente da Junta de Freguesia, Cristina Sousa, a Marinha Grande foi “das poucas freguesias” que, nos Censos de 2021, voltou “a crescer” em termos populacionais, também devido à comunidade migrante, mas a autarca realça a importância de “fomentar o movimento associativo e dar importância às coletividades”, para as tradições não caírem no esquecimento.
Desta forma, Cristina Sousa revela que o executivo tem-se empenhado em “levar os serviços” da Junta “às associações”, numa lógica de maior proximidade, mas também procura encaminhar a comunidade sénior às coletividades, para “voltar a dar importância ao movimento associativo”.
Um dos fatores que preocupa a presidente da Junta da Marinha Grande é a falta de habitação. “Como temos muita procura, os preços aumentaram avultadamente”, adiantou. Como as soluções são escassas, mas a Marinha Grande continua a ser uma região com várias oportunidades de trabalho, graças à indústria, a autarca teme que o território se torne “uma cidade de trabalho, e não de habitação”.
Face a estes desafios, Cristina Sousa sabe que há “muito trabalho a fazer”, numa freguesia que agrega vários elementos que a tornam única: ao mesmo tempo que tem uma zona industrial “evoluída tecnologicamente ao mais alto nível da Europa”, possui ainda “praias cuidadas” e “acessíveis”, duas delas com Bandeira Azul, uma “mata de riquíssima beleza” e dezenas de “parques de merendas” capazes de atrair as famílias nos seus tempos livres.
Desta forma, Cristina Sousa está empenhada em melhorar a qualidade do atendimento da Junta de Freguesia.
Reconhecendo que os “recursos humanos” não são suficientes para a quantidade de trabalho, a governante destacou o projeto de requalificação do edifício “contíguo à Junta de Freguesia”, já adquirido e em fase de projeto, para onde vão passar “todos os serviços da junta”, com o objetivo de “melhorar as condições de atendimento e de trabalho”.
Enquanto este projeto decorre, a Junta de Freguesia promove a proximidade com a comunidade e, uma vez por semana, os serviços da instituição deslocam-se até ao Pilado, sendo que estão também uma vez por mês em São Pedro de Moel. Após identificar a necessidade desta “descentralização”, Cristina Sousa referiu que este serviço “vai ser alargado” a outras localidades da freguesia.
Projetos reforçam competências da população
A freguesia da Marinha Grande desenvolve um conjunto de projetos e iniciativas que pretendem dar à população novas ferramentas e mais competências.
Cristina Sousa destacou o projeto ‘Aldeias Seguras, Pessoas Seguras’ que, em parceria com associações da região, pretende “dar competências às pessoas para saberem como agir em caso de catástrofe”.
Ao mesmo tempo, esta iniciativa fomenta o convívio entre a população, as coletividades e a junta de freguesia.
Já com 25 de atividade, Cristina Sousa realça também a Orquestra Juvenil da Marinha Grande, uma escola de música que proporciona aulas gratuitas a cerca de 70 crianças, também com a cedência sem custos de instrumentos.
É nas instalações do Museu Joaquim Correia que decorrem as aulas e os ensaios da orquestra, um projeto de “sucesso” e que se assume como uma ferramenta privilegiada para a produção e fruição cultural de crianças e jovens.
A Junta de Freguesia disponibiliza, ainda, um “gabinete de apoio psicossocial”. Recentemente reforçado com mais uma psicóloga, Cristina Sousa explica que este gabinete “disponibiliza consultas de psicologia e nutrição gratuitas” para a população e também “encaminha as pessoas com necessidades” para as instituições certas. São agora duas psicólogas e uma nutricionista que, todos os dias, atendem os marinhenses de forma gratuita, e só é necessário contactar a Junta de Freguesia para marcar uma consulta.
