Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Presidente dos médicos do Centro expectante quanto ao sucesso das ULS


Foto: DR Segunda, 12 de Fevereiro de 2024

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) considera as Unidades Locais de Saúde (ULS) um bom modelo organizacional, mas diz que ainda não houve tempo suficiente para avaliar os resultados das mudanças.
“Acho que as ULS são um bom modelo organizacional para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) responder melhor, porque permite a integração dos vários tipos de cuidados – os hospitalares e os cuidados de saúde primários - e responder de um modo mais adequado e sem redundância aos doentes”, defendeu Manuel Teixeira Veríssimo, em declarações à agência Lusa.
No entanto, para o dirigente, “é fundamental que depois se consiga implementar bem no terreno o modelo e isso vai depender muito das pessoas, como em tudo”. Salientou que, “todos os modelos, como as táticas de futebol, são bons quando bem interpretados e se ganha, e aqui também é um pouco a mesma coisa”.
Em relação à ULS de Coimbra, Teixeira Veríssimo considerou que “é um problema acrescido, porque é realmente muito grande e, além de ter vários hospitais juntos, que formavam o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, juntou uma zona grande e imensa também de centros de saúdes, pelo que o desafio é ainda maior”.
“A equipa está a trabalhar e espero que tenha bons frutos e que a resposta seja boa”, disse o presidente da SRCOM, que preferia ter a ULS do Baixo Mondego maior, alargando a cobertura do Hospital Distrital da Figueira da Foz a Mira e Cantanhede e a uma parte de Pombal, que “rotineiramente” já se desloca àquela unidade hospitalar, em vez de ter ficado confinada à Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Soure.
No balanço ao primeiro ano de mandato, Teixeira Veríssimo reconheceu que os últimos meses foram difíceis para a saúde, sobretudo pela falta de médicos nas zonas do interior da região Centro e com a recusa dos médicos em efetuarem mais horas extras do que as permitidas por lei.
“Isso criou constrangimentos, pôs em certas circunstâncias a prestação de cuidados aos doentes em causa e, obviamente, isso preocupa a Ordem dos Médicos, que tem como primeira missão garantir que os cuidados prestados aos doentes sejam os melhores e para isso também têm de apoiar os médicos”, referiu.
O dirigente salientou que o último ano foi de dificuldades, “porque havendo problemas com frequência em vários hospitais da região Centro, a SRCOM esteve de estar a par deles e de ter reuniões com as administrações e com os médicos”.
“Digamos que foi um ano carregado de preocupações e de trabalho, embora neste momento as coisas pareçam estar um bocadinho mais calmas, mas não resolvidas”, disse.
O presidente da SRCOM lamentou que não tivesse existido acordo entre o ministério da Saúde e os dois sindicatos médicos e insistiu na necessidade de serem criadas condições aos médicos para voltarem para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para Teixeira Veríssimo, “ninguém pode levar a mal aos médicos que prefiram ir trabalhar para um hospital privado, por exemplo, ou até imigrar, em vez de ficar a trabalhar no SNS”.
“Se isso acontece é porque não estão bem no SNS, que tem de oferecer condições para que continuem no SNS, porque, na minha opinião, em igualdade de circunstâncias, os médicos preferem trabalhar no SNS a trabalhar na saúde privada ou até imigrar”, sustentou.
A recuperação das carreiras médicas, como já tinha defendido na sua tomada de posse, é “fundamental para as pessoas terem objetivos quando estão num sítio a trabalhar, sabendo que a sua evolução na carreira, os seus privilégios e os seus vencimentos poderão ser afetados consoante a sua evolução, seja melhor ou pior”.
“Isso continua em cima da mesa da nossa parte e, antes de o Governo cair, o executivo também afirmava que estava disposto a apoiar a revalorização das carreiras, mas agora vamos ver o que vai acontecer no próximo Governo”, referiu o presidente da SRCOM.



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