“Não sou um super-herói mas acredito que o humor é um super-poder”

“Salvador Martinha deixa cair a máscara e fala de Erica Fontes”. Se quiséssemos ser sensacionalistas, estas seriam as palavras que viriam em letras garrafais no topo desta página. E nem estaríamos a mentir, atenção. Talvez só a descontextualizar um bocadinho as coisas. Mas como não somos desses, mantemos a nossa ética em níveis elevados e só puxamos a frase para o início do texto. Também ninguém lê as letras pequeninas, não é? Quanto à conversa mantida com o humorista por telefone, e apesar do tratamento por “tu” que surgiu naturalmente e que optámos por não mascarar, até se falou sério. Nem sempre, mas em grande parte. Há um sentimento de despedida do artista relativamente ao espectáculo que anda a apresentar há cerca de um ano e que tem a sua última aparição no Cine-Teatro de Estarreja (amanhã, 21.30 horas), onde Salvador Martinha garante que vai deixar uma “lembrança”. As pessoas que seguem o seu trabalho sabem que o humorista tem uma forte ligação a esta região, e até foi por aí que quisemos começar. Diário de Aveiro: Estás a conduzir? Salvador Martinha: Estou a conduzir e estou em alta-voz, ouves-me bem? Sim. Mas estava preocupado porque numa das últimas vezes que vieste actuar a Aveiro estavas a dar uma entrevista para a rádio e foste mandado parar pela polícia. Pois foi (risos). Mas agora já não me meto noutra. Sempre que me liga alguém de Aveiro ou dos arredores ponho o telefone em alta-voz. Eu tive de ligar porque vens apresentar o último “Tipo Anti-Herói” em Estarreja. É verdade, vê lá tu. Tendo em conta que é a última actuação de um espectáculo que estás a apresentar há um ano, seria estúpido eu perguntar que espectáculo é este. Por isso não o vou fazer. (risos) Epá, muito obrigado por isso. Seria mesmo estúpido perguntares-me isso. Obrigado por não o fazeres. Mas calhou no destino ser Estarreja a última cidade. E estou muito feliz com isso porque sempre tive muito público em Aveiro. Quando comecei no Canal Q recebia muitas mensagens de duas cidades: Coimbra e Aveiro, talvez por serem duas cidades estudantis.