Se o confinamento dificultou o tratamento de cáries numa fase inicial, Pedro Trancoso, médico leiriense, especialista em cirurgia oral, mostra-se preocupado pelo que está por contabilizar quanto ao diagnóstico precoce de doenças da mucosa oral que não foram realizadas devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.
O receio, “ainda que infundado”, sobre a segurança na consulta de medicina dentária pode explicar parte do problema: “No início, existia por parte de alguns doentes algum receio em recorrer aos serviços de saúde na generalidade, mas esse receio foi diminuindo com o tempo em função da percepção de que a consulta de medicina dentária é segura. É claro que ir a uma consulta deslocando-se em meios próprios é muito diferente de recorrer ao transporte público, logo nas grandes cidades há quem evite deslocações não só para as consultas mas também para usufruir de outros serviços”, aponta Pedro Trancoso, considerando que a quebra difere de região para região, em função das especificidades de cada uma.
Segundo o médico, não existem estudos que suportem qualquer evidência quanto à quebra nas consultas, mas o encerramento obrigatório no primeiro confinamento no ano passado, associado ao receio, “atrasou muitos diagnósticos e tratamentos”.
