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'Conferência ao Centro': As invasoras “são uma ameaça à biodiversidade”


Helena Amaro 8texto)/Luís Filipe Coito (foto) Terça, 28 de Março de 2023

As espécies invasoras são um inimigo da floresta e, por isso, há que conhecer o que são, quem são, como podem ser combatidas. A ‘aula’ de Hélia Marchante, da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra, captou a atenção do público presente na conferência, porque existem várias espécies de invasoras, pouco conhecidas pela população.
São “espécies que se portam mal” e “causam problemas”. Mas, para serem consideradas invasoras, há aspetos a ter em conta: se vieram de fora, reproduzem-se sozinhas, naturalizam-se, afastam-se da planta mãe, atingem densidades elevadas e trazem impactos negativos.
“São uma ameaça à biodiversidade, têm impacto nos ecossistemas e alteram os regimes de fogo”, reforçou Hélia Marchante que, em termos económicos, disse também significar “uma grande ameaça” porque “fazem perder muito dinheiro”.
Há também perdas na produtividade, na gestão e controlo e nos danos em infraestruturas.
A nível global, as espécies invasoras são a quinta principal causa de perda de biodiversidade, pelo que, para Hélia Marchante, é importante saber reconhecê-las. Para isso, foi elaborada uma lista nacional de espécies invasoras, e existe um sítio na internet www.invasoras.pt, onde é possível encontrar informação sobre
Para combater este “inimigo”, a docente defendeu a prevenção, a deteção precoce, seguida da erradicação, da contenção e gestão adaptativa. Por outro lado, considerou que no estabelecimento de prioridades, é necessário “ajustar os métodos à espécie”, porque “não se controla tudo da mesma forma”, promover e assistir a formação e sessões de esclarecimento.
Por fim, defendeu que o combate às espécies invasoras “só se consegue com equipas permanentes dedicadas a gerir as invasoras”, até porque “nunca se consegue sucesso com invasoras com uma única intervenção”.
Apostar em medidas de biossegurança e em espécies autóctones são a melhor forma para resistir às invasoras, sobretudo num cenário de alterações climáticas.
Segundo Hélia Marchante, é necessário “estar preparado para fazer uma gestão de forma adaptativa”. “Temos de conseguir dar resposta ao que as espécies exigem e não ao que o calendário diz”, defendeu, alertando ainda para os problemas de “perturbação” que devem ser tidos em conta no combate às espécies invasoras, como o fogo e o corte de vegetação. |



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