Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Banco Alimentar realiza campanha de recolha de alimentos amanhã e domingo


Sábado, 06 de Maio de 2023

O Banco Alimentar contra a Fome realiza este fim de semana uma campanha de recolha de alimentos em supermercados num contexto de “grandes dificuldades para as famílias” provocadas pela inflação e subida das taxas de juro.


A campanha, que decorre presencialmente nos supermercados de todo o país e conta com cerca de 40 mil voluntários, tem o tema ‘Esperança’, para ajudar as famílias a “fazer frente às dificuldades económicas e sociais”, segundo um comunicado do Banco Alimentar.


Para além da campanha presencial no fim de semana, a recolha prosseguirá até 14 de maio através de vales disponíveis nos supermercados ou no canal ‘online’ www.alimentestaideia.pt.


Os pedidos de ajuda ao Banco Alimentar nos primeiros quatro meses do ano quase duplicaram face a 2022, disse a presidente do organismo, manifestando-se preocupada por nada estar a ser feito para combater a pobreza estrutural.


Em entrevista à agência Lusa, Isabel Jonet disse que, até 20 de abril, o Banco Alimentar Contra a Fome (BA) recebeu 3.330 novos pedidos de ajuda, o que representa um aumento de 93% em relação ao mesmo período de 2022, quando tinham chegado 1.725 pedidos.


“Nos quatro primeiros meses de 2023, aquilo que se verifica é que há um acréscimo muito substancial dos pedidos e esse acréscimo vem sobretudo de pessoas que têm um trabalho”, adiantou a presidente do BA.


De acordo com a responsável, os pedidos de ajuda vêm, sobretudo, de pessoas de nacionalidade portuguesa (63%), registando-se 27% de pedidos feitos por cidadãos brasileiros.


“Temos de contar aqui, sobretudo, com o impacto do acréscimo dos preços, mas também com esta expectativa de não haver a curto prazo uma previsão de alteração da situação”, apontou Isabel Jonet, acrescentando que apesar de ter havido uma redução do IVA em alguns produtos alimentares, essa situação será temporária.


Alertou, por outro lado, que mais do que a expectativa, conta a vida real dos portugueses e “aquilo que sentem no seu dia-a-dia é que o dinheiro que ganham não chega para as necessidades do agregado familiar”, muito à custa da alimentação e da habitação.


“Penso que nos próximos meses a situação se vai continuar a agravar e o que eu prevejo é que haja também algum reflexo por parte das entidades que empregam e só espero que não comece a subir o desemprego”, apontou.


Isabel Jonet explicou ainda que este receio se sustenta no facto de estarem a verificar, ainda que seja “uma pequena tendência”, um “maior número de pessoas que ficaram desempregadas e que pedem ajuda”.




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