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Associação homenageia cantora de ópera afro-brasileira em Paris

Maria d’Apparecida foi a primeira brasileira a interpretar Carmen, de Georges Bizet na Ópera de Paris, em 1965

A associação Os Amigos de Maria d’Apparecida vai inaugurar sábado uma placa em nome da cantora de ópera afro-brasileira Maria d’Apparecida em Paris, para preservar a sua memória e importância na música.

Mazé Torquato Chotil, secretária da associação sobressalta:

"Maria d’Apparecida era afro-brasileira e foi a primeira brasileira a interpretar Carmen [de Georges Bizet] na Ópera de Paris, em 1965, o que não era nada fácil” e “morreu com quase 92 anos, mas já não cantava há 15 ou 20 anos e as pessoas esqueceram-se dela”

A placa, para dar a conhecer a cantora que recebeu “prémios, honras e a medalha brasileira mais importante, a Ordem do Rio Branco”, será inaugurada no dia 28 de setembro pelas 15:00 horas locais, no prédio onde Maria d’Apparecida viveu por mais de 40 anos, na rua Augusto Vacquerie, n° 19 em Paris.

A associação Os Amigos de Maria d’Apparecida foi criada em 2018, um ano após o falecimento da cantora brasileira, "porque Maria d’Aparecida não teve filhos e foi muito complicado” após a sua morte em Paris, cidade onde foi reconhecido o seu talento, afirmou Mazé Torquato Chotil.

A cantora mudou-se para a capital francesa nos anos 50 “por não conseguir fazer carreira no Brasil pela sua cor de pele” e gravou mais de 20 discos, inclusive com o compositor brasileiro Baden Powell, com temas do folclore brasileiro, mas também canções de Chico Buarque e de Vinícius de Morais.

A associação criou um site dedicado à cantora afro-brasileira 'www.mariadapparecida.eu', que foi musa do pintor surrealista Félix Labisse, e foi também lançado um livro de banda desenhada inspirado na história de Maria d’Aparecida, intitulado "Ópera Negra", da autoria de Clara Chotil, filha de Mazé Torquato Chotil.

 

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