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O Diário de Leiria faz 37 anos

O Diário de Leiria mantém, desde a sua fundação, o seu estatuto editorial como jornal informativo, independente, de orientação Republicana Liberal.

Foi a 13 de Outubro de 1987 - há 37 anos - que o primeiro número do Diário de Leiria chegou às mãos dos seus leitores. Leiria passou então a ter o seu primeiro jornal diário próprio graças à iniciativa e perseverança do meu Pai, Adriano Mário da Cunha Lucas (1925-2011), seu fundador, que foi um acérrimo defensor da Liberdade de Imprensa e que aqui recordamos com saudade. O Diário de Leiria mantém, desde a sua fundação, o seu estatuto editorial como jornal informativo, independente, de orientação Republicana Liberal.

Nestas quase quatro décadas, as evoluções técnicas/tecnológicas modificaram o modo como a informação é produzida e como chega aos leitores, mas também vieram alterar, de um modo quase radical, os hábitos de leitura por todo o mundo. Ainda a recuperar dos efeitos de uma crise como foi a da pandemia, a que se seguiu uma guerra na Europa e outra no Médio Oriente, este é um dos principais desafios de quem, como nós, defende uma Imprensa livre e independente que informe com verdade. Foi por isso que reforçámos a nossa aposta na área digital, como é o caso do novo site do Diário de Leiria. Um investimento que vamos manter e continuar a desenvolver para chegarmos a cada vez mais leitores, indo ao encontro do que são hoje as expectativas não só dos que nos acompanham diariamente desde 13 de Outubro de 1987, mas também das novas gerações que estão agora habituadas a ter “o mundo” na palma da sua mão.

Mas o maior desafio que todos enfrentamos, que todos os portugueses e sobretudo os jovens de hoje enfrentam, bem como as empresas, em particular as PME que, tal como o Diário de Leiria, lutam diariamente para crescer e sobreviver, é o do desenvolvimento e do crescimento económico do País, que, 50 anos após o restabelecimento da democracia, tarda a acontecer.

Devido a políticas socialistas erradas, à burocracia excessiva da administração pública, à carga fiscal asfixiante, à justiça que não funciona em tempo útil, à falta de reformas liberalizadoras nos mais variados sectores, a iniciativa privada e o desenvolvimento das empresas (que são quem cria riqueza) têm sido fortemente penalizados. Como consequência, o País tem hipotecado o seu futuro e o dos seus jovens. Portugal continua num marasmo, na cauda da Europa, o rendimento disponível dos portugueses tem sido paulatinamente ultrapassado pelo dos vários países da Europa do Leste, que estavam muito mais atrasados do que nós quando se libertaram das ditaduras comunistas, e temos assistido ao êxodo dos nossos jovens mais qualificados. A Roménia, outrora o mais pobre dos 27 países que compõem a União Europeia, está em vias de ultrapassar Portugal.

Nas eleições realizadas este ano, os portugueses escolheram afastar-se das políticas socialistas do passado recente e deram ao País uma nova Assembleia da República e um novo Governo. Nestes 50 anos de democracia, os defensores do socialismo, que sempre foram avessos a reformas liberalizadoras, nunca tinham tido uma expressão eleitoral tão reduzida desde a eleição que deu a segunda maioria a Cavaco Silva, em 1991. A oportunidade, que agora se abriu, para se reformar o País e afastá-lo das políticas desastrosas que nos trouxeram até aqui, não deveria ser desperdiçada. São urgentes as reformas que criem um clima favorável ao investimento e ao desenvolvimento da iniciativa privada, dos cidadãos e das empresas, para que a economia cresça no seu todo e com ela os rendimentos dos portugueses melhorem e a sua qualidade de vida suba para outros patamares.

Mas, para que tal aconteça, os diferentes partidos que defendem a reforma do País deveriam chegar a entendimentos que permitissem concretizá-la, sem mais delongas ou populismos. Está na altura de colocarem os interesses do País à frente de qualquer lógica político-partidária. Infelizmente o triste espectáculo a que estamos a assistir acerca da negociação dos partidos com o governo sobre o Orçamento do Estado para 2025 não augura nada de bom.

Neste momento especial para o Diário de Leiria, é também o momento para agradecer aos nossos muitos leitores, assinantes e anunciantes, que são a nossa única razão de ser, a preferência que têm manifestado pelo nosso jornal, bem como aos profissionais desta casa e colaboradores, pelo contributo que, ao longo dos anos, deram e continuam a dar para que o Diário de Leiria, 37 anos depois, se mantenha como um órgão de informação credível e independente.

Bem hajam

Adriano Callé Lucas 

Outubro 14, 2024 . 07:00

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